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Recuando até à invasão árabe, que se iniciou em 711, encontramos um registo árabe na zona da actual Brasfemes. Assim, as terras de Brasfemes tiveram como primeiro nome Creixemires/Creixemoil, nome do árabe que conquistou toda a área de Coimbra até Lorvão.

Em 878 os cristãos, que se haviam refugiado nas astúrias, levam a cabo a reconquista, conhecendo vitórias e também reveses. No ano de 984 os muçulmanos reconquistam toda esta área, ficando despovoada, mas em 1064 Fernando "O Magno" reconquista Coimbra e faz-se o consequente repovoamento, tão necessário para a defesa dos territórios. É dado a Alvito Abrafemes a tarefa do repovoamento desta zona.

Nos sécs. X e XI, os resposáveis pelo Mosteiro de Lorvão chegam a um bom entendimento com os proprietários destes domínios, angariando prestígio e as terras foram-lhe doadas, pois nelas existia boa pedra para a construção do edifício. A pedra provinha da Serra do Alhastro designada nos documentos desta época como Monte Oleaster, notabilizado pelas suas exelentes cantarias e pelos seus produtivos olivais.

Pensa-se que a igreja paroquial tenha sido mandada construir pelos frades do Mosteiro de Lorvão, para que os trabalhadores das pedreiras não tivessem que se deslocar muito longe afim de assistir à missa dominical.

O Mosteiro de Lorvão possuía igrejas desde o Douro até ao Tejo. Numa primeira fase, elas pertenciam a frades, mas mais tarde, com a vinda de Dª Teresa, filha de D. Sancho I, séc. XIII, ficam na posse das freiras até ao séc. XVIII.

Confirma-se a ligação aos domínios de Lorvão, essencialmente porque a igreja tem como oragdo S. João Baptista e todas as igrejas pertencentes ao Mosteiro eram dedicadas ao apóstolo S. Tiago (como a de Botão) ou a S. João Baptista, na sua quase totalidade. A torre sineira da Igreja Paroquial de Brasfemes é feita à semelhança da do Mosteiro.

Na igreja matris de S. João Baptista, era a abadessa Lourbanense quem apresentava o vigário e cuidava da manutenção da capela-mor e das casas da residência paroquial. Era também às freiras de Lorvão a quem os moradores da freguesia pagavam as duas partes dos dízimos e as rações e foros.

Várias parcelas de terrenos são concediddas em doação ais eclesiásticos por particulares. A este propósito, Brasfemes, nos alvores do séc XII, figura em vários documentos:

Numa doação datada de 23 de Abril de 1102, Brasfemes figura com o nome de Abraheme. Sendo o primeiro outorgante Maria Durães e o segundo outorgante a Sé de Coimbra, doava-se a oitava parte de uma herdade que possuia Maria de Durães, em Abraheme, assim como uma vinha em Vila Mendiga (c. Coimbra), resenvando-se o direito de dispôr delas em caso de necesidade,

Há ainda outras referências documentais do séc. XII tais como em 1159 em que Gonçalo Fernandes concede ao sacerdote Soeiro o seu casal de Brasfemes. Em 1163, Diogo Bom e sua mulher, Justina Martins, doam ao abade de Lorvão uma herdade.

Sabe-se ainda que Brafemes, Brasfemes ou Brafemeas antigamente tinha juíz ordinário, escrivão e procurador, postos pela comarca de Coimbra, que lhe passa suas cartas de serventias para governarem o "logar de Bostelim, Lagares e Sinceira". 

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