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As Origens
Em 1139 a palavra Brasfemes, aparece nos Documentos Medievais Portugueses, publicados pela Academia Portuguesa de História e nas Chancelarias Medievais Portuguesas como Brafemes.
Recuando até à invasão árabe, que se iniciou em 711, encontramos um registo árabe na zona da actual Brasfemes. Assim, as terras de Brasfemes tiveram como primeiro nome Creixemires/Creixemoil, nome do árabe que conquistou toda a área de Coimbra até Lorvão.
Em 878 os cristãos, que se haviam refugiado nas astúrias, levam a cabo a reconquista, conhecendo vitórias e também reveses. No ano de 984 os muçulmanos reconquistam toda esta área, ficando despovoada, mas em 1064 Fernando "O Magno" reconquista Coimbra e faz-se o consequente repovoamento, tão necessário para a defesa dos territórios. É dado a Alvito Abrafemes a tarefa do repovoamento desta zona.
Nos sécs. X e XI, os resposáveis pelo Mosteiro de Lorvão chegam a um bom entendimento com os proprietários destes domínios, angariando prestígio e as terras foram-lhe doadas, pois nelas existia boa pedra para a construção do edifício. A pedra provinha da Serra do Alhastro designada nos documentos desta época como Monte Oleaster, notabilizado pelas suas exelentes cantarias e pelos seus produtivos olivais.
Pensa-se que a igreja paroquial tenha sido mandada construir pelos frades do Mosteiro de Lorvão, para que os trabalhadores das pedreiras não tivessem que se deslocar muito longe afim de assistir à missa dominical.
O Mosteiro de Lorvão possuía igrejas desde o Douro até ao Tejo. Numa primeira fase, elas pertenciam a frades, mas mais tarde, com a vinda de Dª Teresa, filha de D. Sancho I, séc. XIII, ficam na posse das freiras até ao séc. XVIII.
Confirma-se a ligação aos domínios de Lorvão, essencialmente porque a igreja tem como oragdo S. João Baptista e todas as igrejas pertencentes ao Mosteiro eram dedicadas ao apóstolo S. Tiago (como a de Botão) ou a S. João Baptista, na sua quase totalidade. A torre sineira da Igreja Paroquial de Brasfemes é feita à semelhança da do Mosteiro.
Na igreja matris de S. João Baptista, era a abadessa Lourbanense quem apresentava o vigário e cuidava da manutenção da capela-mor e das casas da residência paroquial. Era também às freiras de Lorvão a quem os moradores da freguesia pagavam as duas partes dos dízimos e as rações e foros.
Várias parcelas de terrenos são concediddas em doação ais eclesiásticos por particulares. A este propósito, Brasfemes, nos alvores do séc XII, figura em vários documentos:
Numa doação datada de 23 de Abril de 1102, Brasfemes figura com o nome de Abraheme. Sendo o primeiro outorgante Maria Durães e o segundo outorgante a Sé de Coimbra, doava-se a oitava parte de uma herdade que possuia Maria de Durães, em Abraheme, assim como uma vinha em Vila Mendiga (c. Coimbra), resenvando-se o direito de dispôr delas em caso de necesidade,
Há ainda outras referências documentais do séc. XII tais como em 1159 em que Gonçalo Fernandes concede ao sacerdote Soeiro o seu casal de Brasfemes. Em 1163, Diogo Bom e sua mulher, Justina Martins, doam ao abade de Lorvão uma herdade.
Sabe-se ainda que Brafemes, Brasfemes ou Brafemeas antigamente tinha juíz ordinário, escrivão e procurador, postos pela comarca de Coimbra, que lhe passa suas cartas de serventias para governarem o "logar de Bostelim, Lagares e Sinceira".
Personagens Históricas
Marcelino Ivo de Vasconcelos nasceu em 1842 e deram – lhe o nome de Marcelino José de Quadros. Por divergências com o seu irmão Felix de Almeida Quadros, renunciou ao seu nome passando a usar o nome de Marcelino Ivo de Vasconcelos. Faleceu a 25 de Abril de 1914.
Solteiro, era considerado, por isso, sem família, como está mencionado no seu túmulo no Cemitério Paroquial de Brasfemes. Daí que tivesse doado em testamento a sua casa de habitação e o respectivo quintal, para arrecadação de lenhas, à Câmara de Coimbra, para aí funcionar a Escola e o recreio para os alunos.
O benemérito tinha a vontade de, na escola, estar também inserida a casa de habitação da professora que aí estivesse a leccionar, o que veio a acontecer com alguns docentes.
Marcelino de Vasconcelos foi uma pessoa activa dentro da freguesia, tendo pertencido inclusivamente à Junta de Paróquia de Brasfemes, conforme actas arquivadas na Junta de Freguesia de Brasfemes.
António Maia e Costa nascido no lugar de Vilarinho, da freguesia de Brasfemes, concelho de Coimbra sendo o segundo filho de José da Costa e de Piedade Serra Maia. Teve mais dois irmãos.
Em Vilarinho, sua terra de sempre, foi agricultor e "procurador" dos seus conterrâneos quando precisavam de apoio para os seus problemas pessoais e patrimoniais, em particular junto dos Serviços de Finanças ou Camarários.
Na valorização das gentes de Vilarinho, promoveu e ajudou na construção da Capela e na compra da imagem da Senhora da Piedade, sua padroeira.
Foi um grande benemérito da freguesia e a quem o solicitou doou a várias famílias que necessitavam, terrenos para a construção das suas casas, ajudando-as depois na aquisição dos materiais estruturais e na sua construção.
Texto gentilmente cedido por: Vitor Jorge
Publicado por: Freguesia de Brasfemes
Última atualização: 08-05-2024